Renata Avediani
Novembro 11, 2009
Acabar com os jogos políticos é impossível, mas o profissional pode — e deve — escolher não jogar. É o que diz o consultor Maurício Goldstein, coautor de Jogos Políticos nas Empresas (Campus/Elevier). “Minimizar os jogos é tarefa que começa em casa”, diz Maurício.
? De onde surgiu a ideia do livro?
! Pensamos em fazer um livro com um tema polêmico, que cutucasse o mundo corporativo. Não criamos nada, apenas demos nome a situações que todo mundo vive no trabalho.
? Como nascem os jogos políticos?
! Jogar é humano e é uma forma de gerenciar a ansiedade. Na medida em que eu não sei como lidar com alguma situação, crio um jogo, que costuma trazer resultados rápidos. Por isso é que são repetitivos e altamente contagiosos. Os ganhos aparecem muito rápido e jogar vira prática comum.
? Que tipo de ambiente propicia a politicagem?
! Os jogos políticos estão relacionados à maturidade emocional, relação de confiança e no diálogo transparente. Logo, é comum que se proliferem com mais facilidade em culturas rígidas e hierarquizadas, ambientes tensos e com muita pressão.
? Há diferença de acordo com os países?
! Os jogos variam de acordo com a cultura do país, mas estão sempre lá. No Brasil, por exemplo, temos dificuldade de dizer “não”, o que faz com que fiquemos mentindo. Já no Japão, onde honra é um valor cultural forte, tem um jogo chamado “projetos especiais”, que é quando o gestor cria um cargo extra para não demitir um profissional.
? Como acabar com os jogos no trabalho?
! Não dá para eliminá-los por completo, mas é preciso diminuir sua ocorrência. O primeiro passo é identificar em quais contextos você joga no dia a dia. Depois, agir para acabar com aqueles que mais lhe incomodam e atrapalham o trabalho. Reitero que o diálogo é a melhor tática para isso. Não é fácil, mas como temos controle apenas do nosso comportamento, minimizar os jogos políticos é tarefa que deve começar em casa.